segunda-feira, 8 de julho de 2013

THE BLACK HEART REBELLION - har nevo [review]


THE BLACK HEART REBELLION - har nevo
(Smoke & Dust / Adagio-830 / Tokio Jupiter - 2013)

Eis-nos de volta ao jogo dos lugares comuns enganadores, do logro e dos fumos que nos turvam a visão, ainda que dela precisemos apenas para encontrar o início deste trilho que nos propomos a percorrer agora! Ainda que o nome assim o possa sugerir, para quem atravessa horas de música e páginas atrás de páginas de informação, THE BLACK HEART REBELLION não nos quer levar para nenhum pântano impregnado de rock sujo, onde homens barbudos e tatuados se alongam em considerações várias acerca dos benefícios de psicotrópicos aliados a largas quantidades de bebidas espirituosas ou milhas percorridas em poderosos motores de duas rodas! A viagem que aqui se apresenta é bem diferente!

A fazer crer na informação disponível acerca destes belgas, podemos afirmar que estão bem longe das suas raízes como uma banda punk, surgida por volta de 2004! Pelo menos, no que diz respeito aos moldes em que a sua música se faz apresentar hoje em dia, uma vez que o espírito livre parece continuar presente, dada a roupagem pouco ortodoxa em que os temas desta banda parecem encaixar! Quando nos atiramos a “Har Nevo”, somos envolvidos mais por um ambiente experimentalista do que propriamente pela tela habitual de qualquer género de música pesada, apesar das suas impressões ainda se fazerem sentir ocasionalmente!

Deambulando por momentos que me chegaram a levar a pensar nuns Sixteen Horsepower mais densos e embrenhados na sua viagem, ou mesmo no paralelismo com algum material de Ancient VVisdom, sentimo-nos, em algumas passagens, chegados a um universo ritualístico onde a música faz parte dos nossos movimentos e nós somos quem a transporta! Numa tradução muito mais sóbria, vamos levando com algum psicadelismo e com as paredes de som levantadas por incursões no post-rock ilustrado por vocalizões limpas e ocasionalmente gritadas! “Har Nevo” é um disco que agrada pelas suas camadas de melodia e pela forma como somos levados a passear por ela, com um sentimento ritual muito profundo e com uma densa complexidade que não nos perde pelo caminho! --- [Rui Marujo]

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